A Terapia da Fala Na Doença de Parkinson
- Terapeuta da Fala: Joana Oliveira
- 1 de abr. de 2015
- 2 min de leitura
A Organização Mundial da Saúde revela que cerca de 1% da população com mais de 65 anos tem a doença de Parkinson. No mundo todo, mais de quatro milhões de pessoas são afetadas por esta doença que foi descrita pela primeira vez na Inglaterra, pelo médico James Parkinson.
Segundo a Associação Portuguesa de Doentes de Parkinson a doença de Parkinson (DP) decorre da degeneração de uma região específica no cérebro, originando alterações no desempenho muscular. É uma doença crónica e tem como principais sintomas a lentidão do movimento, o tremor, a rigidez muscular e o desequilíbrio.
A terapia da fala na doença de Parkinson surge como uma opção terapêutica na medida em que a fala e a deglutição (ato de engolir) são capacidades que dependem da ação conjunta de vários músculos. O Terapeuta da Fala é o profissional de saúde responsável pela prevenção, avaliação, tratamento e estudo científico da comunicação humana e das perturbações relacionadas. (Associação Portuguesa de Terapeutas da Fala). Estas constituem alterações ao nível da musculatura da cavidade oral, face e pescoço, alterações ao nível da produção de voz e, finalmente, alterações no processo de deglutição, que constitui ao ato de engolir.
Desta forma, o Terapeuta da Fala poderá interceder de maneira a reabilitar/readaptar aspetos ligados à voz, à articulação verbal, à motricidade orofacial e à deglutição.
Voz: devido à rigidez muscular, as cordas vocais não contactam corretamente entre si, nem os músculos envolvidos na fonação (produção de voz) são controlados corretamente, surgindo uma voz rouca, soprosa, monótona e, frequentemente, grave e com intensidade reduzida (baixa).
Articulação Verbal: nota-se imprecisão articulatória, pois os movimentos não são controlados, não produzindo os sons da fala de forma adequada.
Motricidade Orofacial: como em todo o corpo, a nível oral e facial também se observa tremor, rigidez e descontrolo da musculatura, surgindo muitas dificuldades nas funções estomatognáticas (fala, mastigação, respiração, deglutição e sucção).
Deglutição: devido à dificuldade de mastigação, ao escape de saliva (anterior ou posterior) e ao descontrolo muscular, são constantes os engasgos, observando tosse, pigarreio e “voz molhada”.
Infelizmente, observa-se que estes casos apenas começam a ter acompanhamento da Terapia da Fala em fases tardias, já com grandes comprometimentos no que diz respeito à comunicação e à alimentação. Dado isto salienta-se a importância da intervenção o mais precocemente possível, podendo prevenir muitas das dificuldades esperadas.
Em suma, o Terapeuta da Fala deverá realizar uma avaliação (adequada a cada utente) e intervir de forma a melhorar a motricidade orofacial e cervical, a coordenação das estruturas envolvidas na articulação, fonação, respiração e deglutição, bem como orientar todos os familiares e cuidadores.

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