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  • Psicóloga: Débora Gonçalves (n.º CP:16250)

Doença de Parkinson


A Doença de Parkinson (DP) é a segunda doença neurodegenerativa, mais frequente a nível mundial. Estudos indicam, que esta patologia manifesta-se maioritariamente em indivíduos do sexo masculino, com idades compreendidas entre os 60-65 anos. Esta é uma doença que surge em consequência de uma multiplicidade de factores nomeadamente, fatores genéticos, ambientais e patológicos.

Um quadro de DP pronuncia-se, quando os neurónios (células nervosas) de uma determinada região cerebral morrem. No entanto, quando surgem os primeiros sintomas desta doença, já existiu uma perda significativa destas células.

De uma forma geral, as células nervosas produzem um neurotransmissor (dopamina - substância química) que é fundamental em várias funções corporais (e.g. mobilidade, memória, atenção, sono, humor, entre outros) especialmente, ao nível dos movimentos voluntários automáticos. Quando estas células morrem, os níveis de dopamina baixam significativamente, surgindo défices no controlo da mobilidade (tónus muscular) e dos movimentos musculares. O que acontece, é que o défice de dopamina vai prejudicar os músculos, quer em situação de repouso, quer em situação de movimento/atividade.

Como sintomatologia de um quadro clínico de DP, observa-se: tremor nos membros (em momentos de maior descontração muscular); rigidez muscular (resistência na movimentação dos membros); bradicinésia (alteração progressiva do movimento) e alteração da postura e da marcha (postura fletida, marcha lenta, com passos reduzidos, bloqueios na marcha). Todavia, poderá surgir outros sintomas, tais como: face inexpressiva ou imóvel; voz em tom baixo; caligrafia de difícil compreensão; sintomas depressivos, apatia, ansiedade, fadiga, disfunção sexual; alterações psicóticas (alucinações visuais); perturbações do controlo de impulsos (e.g. comportamentos compulsivos, comportamentos motores repetitivos - poderá surgir em consequência da medicação dopaminérgica); alterações no padrão do sono (insónia, sonolência diurna excessiva) e deterioração cognitiva (num estágio inicial da doença verifica-se uma ligeira deterioração, sendo progressiva em estágios mais avançados da doença). O inicio desta sintomatologia é unilateral nos primeiros anos, sendo posteriormente um quadro lento e gradual.

O diagnóstico da DP é realizado segundo uma bateria de testes, aquando da manifestação de sintomas motores e não motores. Não existe um teste concreto que revele com certeza este diagnóstico. O clínico, perante a presença de alguns destes e outros sintomas, deverá realizar o diagnóstico diferencial, analisando a sintomatologia referente ao a este quadro clínico e despistando sintomatologia que não se enquadra num quadro de DP. Assim numa primeira fase, e para o diagnóstico de DP, o doente deverá apresentar, como sintoma típico uma bardicinésia. Posteriormente, deverão ser rastreadas e excluídas causas para a DP, sendo este um processo que envolve uma triagem cuidadosa da história clínica e de saúde do doente.

Ao nível da terapêutica para esta doença, não existe uma cura o que se verifica, é apenas tratamento, que vá ao encontro da sintomatologia apresentada pelo doente. Este tratamento visa, aliviar os sintomas e contribuir para uma melhor qualidade de vida destes doentes. O tratamento deve ser baseado nos sintomas específicos, manifestados pelos doente e segundo outros aspetos essenciais. São algumas as terapêuticas, que poderão ser implementadas num quadro clínico de DP, tais como: terapêuticas farmacológicas (medicamentos/fármacos - e.g. dopaminérgicos) e terapêuticas não farmacológicas (e.g. apoio psicológico, fisioterapia, apoio nutricional, atividades sociais/ocupacionais). Seja qual for o tratamento implementado, este não será totalmente eficaz, se o doente não tiver um bom suporte/apoio social, nomeadamente, a nível familiar. Assim, a família tem um valor acrescido na vida destes doentes, pois a mesma deve acompanhar/auxiliar estes pacientes em tarefas diárias, estimulando a sua participação em atividades sociais/ocupacionais.

Para finalizar, constata-se que a DP é uma doença que não têm cura, que acarreta elevada incapacidade e que condiciona significativamente a vida destes doentes. É uma doença que requer um diagnóstico atento e cuidadoso, por parte do clínico, onde deverá ser analisado toda a sintomatologia (motora e não motora) e história clínica do doente. O clínico deve igualmente, envolver a família em todo este processo, explicando o que é a doença, implementando a melhor terapêutica e acompanhando com regularidade o estado clínico do doente.

Psicóloga: Débora Gonçalves (n.º CP:16250)

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